No ano em que o Brasil comemora 50 anos de relações diplomáticas com a China, mais 38 frigoríficos brasileiros foram autorizados a vender carne ao país asiático, segundo comunicado da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Terça-feira, 12 de maio, ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Foram concedidas 38 licenças, incluindo oito matadouros de frango, 24 matadouros de carne bovina, uma planta de termoprocessamento de carne bovina e cinco armazéns – algo inédito no comércio da China – dos quais um é de carne bovina, três de frango e um de carne suína.
Alguns dos estabelecimentos foram auditados remotamente em janeiro deste ano, enquanto outros foram avaliados presencialmente em dezembro do ano passado. As equipes técnicas chinesas foram recebidas e acompanhadas por representantes do MAPA.
“Este é um momento importante para ambas as partes. A China receberá carne de qualidade a preços competitivos, garantindo produtos para sua população, e o Brasil terá a segurança de gerar empregos, oportunidades e crescimento na economia brasileira. relação comercial Brasil-China, um dia histórico para o nosso setor agrícola”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Em vídeo divulgado, acompanhado do presidente Lula, Fávaro comemorou a abertura de 96 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros desde o início do seu atual mandato. Destes, 39 países ainda não constavam da lista de parceiros comerciais do Brasil.
A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, tornando-se o maior parceiro comercial em proteína animal. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carne do Brasil, o que representa um valor superior a 8,2 mil milhões de dólares.
Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, a decisão de liberar as plantas para exportação cabe ao governo chinês, cabendo ao MAPA cumprir as condições do Brasil e informar o país comprador sobre a lista de plantas .que estão disponíveis para aprovação.
“Este é o maior número de licenças concedidas de uma só vez na história. É importante destacar o esforço do Ministro Carlos Fávaro nas negociações, bem como do Ministério das Relações Exteriores e dos nossos adidos agrícolas na Embaixada do Brasil na China “Continuaremos trabalhando para ampliar a lista de estabelecimentos exportadores”, disse Perosa.
“Esse resultado histórico demonstra mais uma vez o reconhecimento da qualidade, credibilidade e confiança no trabalho de defesa agrícola brasileira”, enfatizou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
No início de março deste ano, o Brasil contava com 106 plantas autorizadas pela China, sendo 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos.
FIM DAS MEDIDAS ANTIDUMPING – Recentemente, seguindo a ação do Governo Brasileiro, a China notificou o Brasil que não estava renovando a medida antidumping que vinha sendo aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de carne de frango. A medida, que impunha uma sobretaxa entre 17,8% e 34,2% dependendo da empresa exportadora, deixou de vigorar no dia 17 do mês passado.
Com o fim da medida, as exportações brasileiras de frango tornaram-se mais competitivas no mercado chinês, criando oportunidades também para outros produtores brasileiros. Mesmo com instalações de transformação de carne autorizadas, os produtores não conseguiam competir eficazmente devido aos direitos anti-dumping que lhes eram impostos.
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