Serviços de saúde são levados para população de rua de Salvador

Seis pontos da capital baiana recebem o projeto Consultórios na Rua durante este mês de março: Mares, Mercado São Miguel, 7 Portas, Aquidabã, Politeama e Praia da Preguiça. A iniciativa da Prefeitura de Salvador, com foco em ações da atenção básica de saúde para população de rua, se faz presente em regiões com maior concentração desse público.

As ações dos próximos dias integram a programação municipal do “Março Mulher 2024 – Somos Feitas por muitas Lutas”, campanha de mobilização para fortalecimento da atenção integral à saúde da mulher e prevenção do câncer de colo de útero da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O serviço itinerante acolheu a população da região das Sete Portas, nas imediações da Cesta do Povo, na última segunda-feira (4). Aproximadamente 40 pessoas foram atendidas. Enquanto era submetida aos cuidados ofertados pela equipe multidisciplinar, uma paciente do Consultórios na Rua falou sobre a relação com os profissionais de saúde que fazem visitas semanais ao local.

“São a nossa família, amo todos eles. É muito bom saber que vêm aqui, que se importam com a gente”, disse ela. O projeto leva os médicos e equipes multidisciplinares até as pessoas em situação de vulnerabilidade, em diferentes pontos da cidade, e, quando necessário, as encaminham às Unidade Básicas de Saúde (UBS).

Estrutura – O Consultórios na Rua dispõe de cinco veículos com equipes compostas por assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, médicos, técnicos de enfermagem, agentes sociais que atuam com redução de danos e motoristas, além de apoio técnico administrativo. Na quarta-feira (6), uma das equipes esteve na região dos Mares, onde promoveu uma roda de conversa com as mulheres em situação de rua.

O coordenador geral do projeto, Rubenval Menezes, explica que o trabalho requer muita sensibilidade, levando em consideração que as pessoas em situação de rua frequentemente lidam com múltiplas vulnerabilidades, incluindo o estigma social, a falta de moradia, a escassez de recursos financeiros e a exposição a situações de violência. “As equipes se deslocam para campo no intuito de atender estas pessoas in loco, construindo uma ponte entre essa população e os nossos serviços”, explica.

Membro de uma das equipes multidisciplinares, o professor de Educação Física e Victor Rocha, afirma que o trabalho é fundamental para minimizar as dores das pessoas em condição de vulnerabilidade social. Segundo ele, a maioria não busca uma unidade pública de saúde, mesmo quando tem demandas simples de saúde. “São muitas situações que lidamos todos os dias: da distribuição de preservativos, realização de testes de gravidez, até mesmo distribuição de água e alimentos”, pontua.

Para o educador físico, o espaço itinerante faz toda a diferença para abordagem às pessoas em situação de rua. “Eles entram aqui e recebem cuidados e orientações que não buscam em unidades fixas de saúde, por isso, esse trabalho é tão importante. Estamos cuidando das pessoas, ofertando essa outra possibilidade de cuidado, mesmo estando em situação de rua. É nosso papel criar mecanismo de o acesso à saúde”, concluiu.

Programação:

11/03 – 17h às 19h

Local: Marquise das 7 Portas

Promoção à Saúde: Apresentação do Projeto Dandada

14 /03 – 9h às 12h