Está marcado para este sábado, 2 de março, o Dia D de mobilização nacional contra a dengue. A iniciativa une Governo Federal, estados, municípios, agentes comunitários e de combate às endemias, profissionais da saúde e a população brasileira para reforçar as ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Informações do Ministério da Saúde indicam que 75% dos criadouros estão dentro das casas, em vasos de plantas, caixas d’água, calhas, pneus ou garrafas. A ministra Nísia Trindade participa da ação no município de Serra, no Espírito Santo.
O Brasil vive um momento de atenção. O aumento no número de casos neste período do ano não era esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico das epidemias entre março e abril. Os motivos para a situação diferente têm raízes múltiplas, mas as alterações climáticas, em especial na época de chuvas, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue, são alguns dos fatores. Desde o início de 2024 até agora, um milhão de casos suspeitos de dengue foram notificados no país, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Entre as ações estratégicas coordenadas pelo Ministério da Saúde para enfrentamento da dengue está a ampliação para R$ 1,5 bilhão os recursos para emergências e medidas de prevenção. Na terça (27/2), R$ 23,4 milhões foram liberados para o Distrito Federal e nove municípios de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. Na quarta (28), R$ 3,1 milhões foram liberados para o estado de Minas e quatro municípios mineiros, além de R$14,3 milhões repassados na quinta (29) para Goiás e outros 32 municípios de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Amapá. Nesta sexta-feira (1º), R$ 2,9 milhões foram liberados para 27 municípios de Bahia, Goiás, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Neste momento, no entanto, é muito importante que a população esteja atenta aos sintomas: em caso de febre alta, dores nas articulações, atrás dos olhos e manchas vermelhas pelo corpo, é preciso procurar um serviço de saúde. A hidratação, com muita água, deve começar imediatamente e o atendimento logo nos primeiros sintomas é fundamental para evitar que a doença se agrave. É fundamental não tomar remédios por conta própria sem a avaliação do serviço de saúde.
O trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias é igualmente fundamental nessa missão. Esses profissionais são responsáveis por vistoriar domicílios e locais públicos, identificando e eliminando situações de risco. É importante que a população receba esses os profissionais da saúde, sempre identificados por uniforme e crachá, para garantir a proteção coletiva. Atualmente, o Brasil conta com mais de 102 mil ACEs e mais de 267 mil ACSs.
Com apenas 10 minutos por semana, é possível deixar a dengue longe de casa:
- Mantenha a caixa d’água bem fechada
- Receba bem os agentes de saúde e os de endemias
- Amarre bem os sacos de lixo
- Coloque areia nos vasos de planta
- Guarde pneus em locais cobertos
- Limpe bem as calhas de casa
- Não acumule sucata e entulho
- Esvazie garrafas PET, potes e vasos
MOBILIZAÇÃO – Em novembro de 2023, como parte das ações de comunicação regionalizada, o Ministério da Saúde lançou novas campanhas de mobilização social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse cenário epidemiológico. Em dezembro, foi instalada a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.
QUALIFICAÇÃO – Ainda em novembro, a pasta emitiu uma Nota de Alerta sobre o aumento de casos de dengue e chikungunya no território nacional. Diante disso, o Ministério da Saúde qualificou, ano passado, cerca de 12 mil profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, para atuarem como multiplicadores para manejo clínico, vigilância e controle da doença. A medida permitirá a rápida identificação da doença.
ESTOQUES – O Ministério da Saúde normalizou os estoques de inseticidas, que estavam em situação crítica desde o início de 2023. Todos os estados estão abastecidos com os insumos. O reabastecimento também foi possível para os testes diagnósticos de controle da dengue: 126,04 mil reações de teste sorológico foram distribuídas, além de 47,6 mil unidades de exames de biologia molecular. Houve aquisição, ainda, de sais de reidratação oral, equipamentos portáteis para contagem de hemácias e de plaquetas.
VACINA – A nova gestão do Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa. Além disso, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
ESCOLAS – Mais um importante passo para o enfrentamento das arboviroses, o governo federal lançou uma mobilização nas escolas públicas do país. Além de chamar e sensibilizar estados e municípios, a ação também faz parte da retomada do Programa Saúde na Escola, reestruturado em 2023 e marca a união de esforços dos Ministérios da Saúde e da Educação, ressaltando a urgência de combater o mosquito. Serão 20 semanas de atividades e engajamento das comunidades escolares. No âmbito do programa, 25 milhões de estudantes serão orientados em mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
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