A pedido da presidente da Comissão de Meio Ambiente, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, foi realizada no Plenário do Senado uma sessão especial para comemorar o Dia Mundial das Águas, celebrado anualmente em 22 de março. A senadora avalia que a data tem grande importância para conscientizar as pessoas sobre esse recurso natural que é vital para a sobrevivência de todos os seres vivos e para as atividades cotidianas, sendo fundamental discutir sua preservação e uso sustentável.
A presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, a ANA, Verônica Sánchez Rios, foi uma das convidadas da sessão especial. Ela alertou sobre dados de previsão para os impactos da mudança do clima nos recursos hídricos obtidos em estudo da autarquia.
(Verônica Rios): “Nos próximos 60, 80 anos, nós temos tendências que mostram que o Nordeste e o Norte sofrerão secas mais intensas e mais agudas, que a região Sul terá água mais água, porém não de forma dispersa e sim de forma concentrada, gerando enchentes, enxurradas como as que a gente tem visto. O Centro-Oeste, principalmente o bioma do Pantanal, que é a maior área úmida do planeta, estará mais seco. E no Sudeste teremos menor disponibilidade hídrica.”
Coordenadora do Fórum de Defesa das Águas do Distrito Federal, Lúcia Maria Rodrigues denunciou o mau uso do recurso natural no Cerrado que ameaça outras regiões do Brasil e cobrou atuação do Senado.
(Lúcia Rodrigues): “Nós precisamos de toda atenção e cuidado com as águas do Cerrado, essa floresta invertida, que garante a infiltração de água que vai abastecer nossos lençóis freáticos, os nossos aquíferos. O Senado pode e deve fiscalizar e ajudar a construir soluções.”
Para o ex-deputado federal e membro da Articulação em Defesa da Política das Águas, Nelton Friedrich, é preciso lembrar que não há substituto para a água e mudar o comportamento em relação a esse recurso natural.
(Nelton Friedrich): “A matriz da vida é água. É sagrada, é essencial, é direito humano, é bem comum. Petróleo você substitui, mas você não tem nenhum substitutivo para a água. E não é possível que o ser humano continua guerreando contra a água. Até quando não vamos perceber a mãe Terra, que todo dia está nos dizendo em todos os cantos do planeta: Mudem! Eu não aguento mais! É outro modelo de produção e consumo! É outro padrão!”
Também participaram da sessão especial representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da Fundação SOS Mata Atlântica e da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará, estado mais avançado na gestão das águas no país, segundo avaliação da presidente da ANA.
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